domingo, 24 de novembro de 2013

 
De volta a paixão pelo trabalho

Eugen Pfister

 
Há um século melhorias progressivas das condições de trabalho, salários, jornada, férias, licença maternidade e paternidade, assim por diante, tem ocorrido. Também assistimos melhorias nos métodos de trabalho, processos de negócio e de gerenciamento do trabalho.

Desde a década de 1980, por exemplo, a produtividade agrícola e industrial tem crescido de 4 a 5% e de 3 a 4% nas principais economias desenvolvidas e gradativamente se estende aos países em desenvolvimento.
Agora, tanto da ótica subjetiva (impressão) quanto da estatística (fato), a satisfação com o trabalho continua baixa, segundo estatísticas recentes aqui citadas recenemente. Na Deloitte Consulting’s, por exemplo, ela alcança apenas 11% da força de trabalho. Em levantamentos semelhantes os números não diferem: a esmagadora maioria das pessoas simplesmente trabalham e é só isso.

De acordo com a Deloitte, a paixão é definida como a expectativa de poder contribuir significativamente no desenvolvimento do negócio ou do trabalho, oportunidade efetiva de crescimento e aperfeiçoamento, relação direta e profunda com os cotrabalhadores baseadas na confiança mutua, conquista e aceitação de ideias e posições.

A julgar pelos dados da análise não é o que acontece. As pessoas parecem mergulhadas na inércia do trabalho repetitivo, aquém do seu potencial ou simplesmente de baixo significado pessoal ou e social. Sem dúvida há um contraste entre a forma como descrevemos o nosso mundo em rápida transformação, desafios sem limites e oportunidades infinitas e a dura realidade do mundo real. 
O principal problema é que cada indivíduo define desafio, o que excitante e o que é uma oportunidade de forma diferente. Em tese, tire da mostra os 5 a 10% dos dois extremos da curva de amostra e teremos uma organização normal: pessoas com talentos especiais para realizar coisas extraordinárias de maneira impecável, mas colocadas em posições incompatíveis, onde são forçadas diariamente a lutar com as suas deficiências no lugar de apoiar-se nos pontos fortes. 

As coisas dificilmente se organizam e constroem em torno do talento humano. O que se procura no mundo real é uma relação de experiência prévia com o ofício a ser desempenhado e a vontade de aprender novas coisas, diversificar e evoluir.

Nos esquecemos ou ignoramos que o talento é a base que antecede qualquer competência. É o que há de mais simples, natural e humano e está lá desde o começo e pode ser transformado em foca, pois contem a base incipiente para formar as competências, técnicas e comportamentos excepcionais Ele é o começo da jornada e só pode prosperar com esforço, trabalho e perseverança. Contudo, sem o talento natural ele pode-se, quando muito, chegar a um ponto médio de performance, nunca alguém plenamente realizado com o trabalho.

Enfim aprendemos a fazer muitas coisas no mundo a ser Deuses.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Talento e a profissão da enfermagem

Eugen Pfister

 
A administração é uma teoria sobre como trabalhar com pessoas para atingir resultados excepcionais para os clientes, acionistas, empresas e empregados. Peter Drucker, por exemplo, insistia que as organizações direcionassem a sua atenção para as clientes e empregados que, na essência, definem o sucesso de uma empresa ou instituição. Elas devem deter a chave do presente e futuro do negócio e possuem os pontos fortes necessários à função. É estranho pensar em uma organização que descuide desse aspecto, porém, a dura realidade é que isso acontece com frequência.

Apesar de ser óbvio que ter as pessoas certas nos lugares certos as coisas  costumam tomar outro caminho pese as boas intenções e, assim, desvirtuam os resultados esperados. Considere o caso das enfermeiras que atuam (a) num consultório particular; (b) em um pronto socorro; (c) num hospital de internação para tratamento mais longo. Poderíamos ir mais longe e comentar o caso daquelas que trabalham na maternidade ou com pacientes terminais e assim por diante.

Todas elas são enfermeiras, porém, exercem tarefas específicas junto a pacientes específicos e requerem talentos, conhecimentos e habilidades particulares, como Peter Drucker já tinha observado.

Uma enfermeira de um consultório médico particular é em parte a pessoa que cuida da agenda do médico e dos pacientes e em parte uma assistente que atua sob a orientação do médico. Em um pronto socorro atua mais na parte de tratamento de ferimentos causados por acidentes e acalmando parentes e vitimas, ajuda no diagnóstico de doenças, tendo que ser rápida e despender pouco tempo com cada paciente.
A enfermeira do hospital particular deve possuir conhecimentos mais específicos acerca de doenças particulares e desempenhar um papel de maior contato humano com os pacientes para aliviar a dor ou sofrimento psicológico causado pela doença.

Embora ocupem uma mesma função - enfermeiras - seus talentos e competências não são intercambiáveis. O talento e a competência que serve a uma não serve a outra; essa é a regra.

Enfim, cada uma deve possuir talentos particulares específicos, isto é, padrões recorrentes de pensamento, sensação ou comportamento que possam ser usados produtivamente: adaptabilidade, autoaprendizagem, comunicação, empatia, foco, orientação para problemas, etc. - e competências (conhecimentos e habilidades), específicas para destacar-se profissionalmente. O conhecimento técnico permite que ela seja perita no que faz, mas o talento é alma que a distingue das demais enfermeiras.