Eugen Pfister
Pela extensão e profundidade, o
conhecimento só pode ser adquirido com o concurso da escola. Definitivamente,
não é algo que possa ser adquirido isoladamente na empresa. Daí a nosso
espírito critico em relação ao sistema escolar.
A escola, evidentemente, não repassa
a totalidade do conhecimento e sim a informação necessária e desenvolve no aluno
a capacidade de aprender. Quando estiver no local de trabalho e aplicar a
informação para resolver problemas e aproveitar oportunidades é que ela se
transforma em conhecimento.
Por isso, o conceito de
intelectual nos dias de hoje deve ser repensado e ampliado. Fora algumas
carreiras universitárias nas áreas de letras, filosofia e humanas, que
preservam o sentido original do termo, há um exército de pessoas que trabalha
com a mente usando números, gráficos, cálculos, instrumentos de análise e
outras ferramentas mentais que têm um propósito pragmático e não erudito. São
os trabalhadores do conhecimento.
São profissionais que estão, por
exemplo, no setor da saúde, da computação e tecnologia da informação,
professores do sistema primário e secundário, engenheiros, arquitetos, bibliotecários,
pessoal administrativo, técnicos em manutenção, enfermeiros de hospitais,
pilotos e assim por diante.
Como regra geral, eles conhecem o
trabalho melhor que o chefe. Não é um campo para amadores e sim de
profissionais de alto gabarito. Aliás, o uso constante da palavra profissional
faz parte desse estado de coisas. Isso torna a ideia de “faça o que eu ordenar”
soar absurda. Simplesmente não sabemos o que o trabalhador do conhecimento deve
saber. Ele é quem precisa saber e aplicar.
O que ele precisa é de apoio. Os
superiores de um profissional do conhecimento devem indagar: “O que devemos
esperar de você?” “Que informações e ferramentas vocês precisa?” Que obstáculos
criamos para você?” E, por último: “O que fazemos e o que eu faço que contribui
para realizar o seu trabalho?” Assegurando essas condições podemos exigir desempenho e cobrar responsabilidade. Pressupondo que sendo a pessoa certa e tratado da forma certa, podemos esperar que o trabalho realizado tenha qualidade superior.
Mas não podemos esperar que um
profissional dessas áreas fiquem no mesmo emprego pela vida inteira. A lealdade
do trabalhador do conhecimento está voltada para o seu crescimento pessoal e
profissional. Permanecerá na empresa e dará o melhor de si enquanto sentir que
está tendo desafios e oportunidades. Mas pedirá demissão assim que perceber que
a lua de mel acabou.
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