Eugen Pfister
Quanto mais releio Peter Drucker
ficam claras duas coisas: o quanto ele escreveu sobre vários temas e quão
profundo e direto consegui ser. Ele, por
exemplo, comentou que uma pessoa nunca deveria ser promovida a um cargo
gerencial se, no lugar de enfatizar os pontos fortes das pessoas, enfatizasse
os pontos fracos. Uma pessoa capaz de enxergar o que outra não pode fazer, mas é incapaz de ver o que
ela faria bem em outro contexto, acaba contaminando negativamente o ambiente
organizacional.
É preciso realismo para gerenciar. Nem o otimista, o cínico ou o pessimista possui esse traço. O otimista acha que a pessoa é capaz de superar qualquer dificuldade e abraçar qualquer projeto se tiver determinação e treinamento. Evidentemente as coisas não funcionam dessa forma. Temos capacidades para conquistar posições, mas também temos limitações.
O cínico crê que a maioria das
pessoas não é dotada de talentos especiais, portanto, quando muito ficará num
nível médio de competência. Nosso dever é agir de forma a motivar essas pessoas
para atingirem e manterem esse patamar de desempenho.
O pessimista entende que a guerra está perdida. O mundo é constituído por uma maioria de incompetentes versus poucos competentes, e seria ótimo se todos compreendessem isso. Teríamos menos dores de cabeça.
Também não deve ser promovida uma pessoa que demonstre medo diante do talento de um subordinado ou está sempre mais preocupada em encontrar “quem é o culpado” do que saber “o que está errado.” Nenhuma das atitudes constrói uma relação produtiva e saudável com a organização.
O critério de promoção para um
cargo gerencial envolve descobrir o talento natural para a liderança,
conhecimento e experiência e realismo.
Porém, e isso é importante, também envolve a capacidade de enxergar o
mundo com objetividade e isenção de espírito.
Chamamos esse traço que combina
contribuição, realismo e integridade pessoal de caráter, algo essencial aos
bons gerentes.