domingo, 13 de maio de 2012

O gerente não é dono de todos os problemas.


Como se os nossos próprios problemas não bastassem, temos o hábito de colocar a colher nos problemas alheios. O grau de intromissão varia de um simples conselho -“aceite o emprego”; “tome tal ou qual remédio” - até chegar a um estado em que, de alguma forma, nos sentimos responsáveis ou culpados pelo destino (ou desatino) alheio.

O que não falta neste mundão é especialista na vida alheia. Os palpites fazem parte de uma indústria prospera e pretensiosa desde tempos imemoriais. O hábito de meter o bedelho onde não se é chamado resulta da crença que temos a chave e o chaveiro para os males da humanidade.

Agora, além daqueles que buscam cumplicidade mais do que conselhos, existe espertalhões que se divertem passando a batata quente para as nossas mãos disfarçando-a de um simples pedido de ajuda. É o caso do subordinado que delega ao chefe problemas e responsabilidades que ele mesmo deveria resolver.

- “Chefinho querido, tou com um problema...”

Se o chefe for do tipo centralizador, é tiro e queda, ele vai carregar mais um macaquinho nos ombros.

O corre-corre cotidiano facilita a prática da delegação reversa (de baixo para cima). Gerentes que vivem com a mangueira de incêndio em mãos, prontos a agir ao menor sinal de fumaça, são as vítimas prediletas de funcionários delegadores.

O gerente bombeiro não deveria ser incensado e, sim, criticado, pois quem quer fazer mais do que está ao seu alcance, acaba fazendo menos. Em compensação, devíamos lisonjear o gerente cirurgião, ou seja, aquele que remove as causas que alimentam os problemas.

Por isso, dentre as responsabilidades gerenciais, está a de definir de quem é o problema, antes de tentar resolvê-lo. O gerente eficaz não é o salvador da pátria, menos ainda o salvador da humanidade, nem o pronto socorro de funcionáios incompetenes. Portanto senhores gerentes, mais assertividade e menos sentimento de culpa na hora de chamar cada um a assumir a responsabilidade pelos próprios afazeres.

Antes de assumir responsabilidades de terceiros faça três perguntas: “quem é o dono do problema?”; "ele sabe que é o responsável e sabe como resolver?" Caso não é hora de ensinar um método de análise e resolução de problemas.

 Quanto à situação como um todo, considere  cinco regras simples

1.  Problemas que o gerente deve resolver sozinho sem comunicar ao subordinado.
2.  Problemas que o gerente resolve sozinho e comunica ao subordinado.
3.  Problemas para os quais o gerente pede a colaboração do subordinado ou
    vice versa.
4.  Problemas que o subordinado deve resolver sozinho e comunicar ao gerente.
5.  Problemas que o subordinado deve resolver sozinho e só prestar contas ao
    seu superior caso seja requisitado a fazê-lo.

Sendo assim, tome cuidado para não perambular pelos corredores da empresa com vários macaquinhos serelepes em seus ombros, desculpando-se pela falta de tempo, pelos relatórios atrasados, por ter esquecido a reunião com o cliente e assim por diante.


Por Eugen Pfister





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